O que podemos dizer de um evento que já está na sua quinta edição? Muita coisa. Muito do que já passou, do que já vivemos, das trocas já realizadas, dos artistas e festivais que passaram pela nossa programação, dados, números… Já são mais de 100 apresentações no total, mais de 1.000 reuniões realizadas e muita coisa que reverberou pra muita gente a partir desses encontros. Muita história desde 2016, mas mesmo assim não paramos de ser surpreendidos.

Estamos sendo vítimas de uma tragédia sem precedentes, que poderia ter sido um pouco minimizada não fosse a negligência de muitos. A cultura e a música pararam. Mas não pararam. Em 2020 vários eventos conseguiram realizar, a duras penas, apresentações e propuseram formatos online e a FIMS também foi um deles. Com muita dificuldade (só quem estava junto sabe) conseguimos realizar encontros online, palestras, mesas, rodadas de negócios e showcases. E esse ano, na quinta edição, estamos desde junho fazendo encontros, pois acreditamos que não podemos mesmo parar. E não vamos. Fizemos um festival, um curso de capacitação, além de um estudo de caso com dados e números para artistas poderem compreender um pouco melhor o seu lugar dentro das plataformas e das redes. Realizamos um levantamento de várias rádios no país que estavam dispostas a renovar sua programação com artistas que passaram pelos nossos palcos. Depois de tudo isso acontecer de forma online, ser um dos primeiros eventos presenciais em quase dois anos é um desafio enorme. É tão desafiador quanto gratificante. E não somente nesta Conferência em Curitiba, mas realizar uma etapa preparatória, uma seletiva no interior do Paraná, em Pato Branco, fez com que a gente se aproximasse ainda mais de uma cena diferente. Aliás, de várias cenas que ainda acabam ficando à margem de um ou mais supostos grandes centros. Será que existe isso ainda? Não sei.
O que pude perceber é que a FIMS não se preocupa com isso. Estamos dispostos a ir a diversos lugares em uma busca incessante e às vezes até quixotesca por uma aproximação. Ainda mais espalhando nossas ações ao longo do ano. Essa é uma vontade antiga, que conseguimos realizar nesta edição. Construir pontes e destruir muros. Eu acho que esse é o principal do que procuramos fazer e transmitir. No encerramento desse ano tão difícil (que mais parece uma extensão de 2020) propomos um encontro presencial, que acontece não só em dois espaços importantes da cidade como o Portão Cultural e o Cine Passeio, mas que também se espalha por vários outros lugares. Esperamos que essa reunião, ainda tímida se comparada ao que gostaríamos de fazer e que não podemos pois precisamos seguir os protocolos de segurança, possa ser um símbolo de um novo ciclo, de um novo normal. A FIMS continua de pé e vai ser sempre um espaço onde a música se encontra para também continuar de pé e apesar de quem quer que seja, conseguir enxergar um outro dia, sempre.