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    Zudizilla em processo

    Em entrevista à MUSI, o MC, designer e artista plástico pelotense conta sobre o período de reclusão e projetos futuros. Confira!

    “Refleti muito sobre a obrigação de se manter produtivo e de onde vinham esses anseios”

    Foto: Carol Castro

    (1) Conte como foi o processo de lockdown para você. O que estava previsto para acontecer e teve de ser adiado, se algo novo surgiu durante a reclusão, fale um pouco sobre esse momento.  

    Zudizilla: O lockdown pra mim se tornou um período de aprendizado porque meu filho nasceu bem nessa época. Foi também um período para entender que muitas das situações estão a cargo do universo e a nós só cabe ser efetivo naquilo que temos alcance. Também refleti muito sobre a obrigação de se manter produtivo e de onde vinham esses anseios. Eu sou uma pessoa muito inquieta e tô sempre criando ou aprendendo algo diferente e no início do fechamento do país eu pintei, desenhei, produzi, tive milhares de ideias e fiquei com um estoque de material que nem eu sei o que fazer com tudo o que construí nesse período sabático obrigatório. Acho que o que mais me pegou foi o fato de eu não ter conseguido trabalhar meu último álbum, lançado 4 meses antes do lockdown e isso acabou com o planejamento futuro. Uma série de shows e de intervenções que estavam preparadas acabaram sendo forçadamente adiados.

    (2) Como se deu seu processo criativo durante esse momento enclausurado? 

    Zudizilla: Não tive grandes problemas, nunca foi uma treta pra mim ser e me manter criativo, já criei nas piores condições e o lockdown com certeza não é a mais tensa delas. Eu gosto da solitude e curto muito essas imersões, alguns amigos até brincaram que eu era uma das pessoas menos afetadas pelo processo porque eu já sou esse ermitão urbano. Como respondi antes, eu não tenho problemas em me manter criativo, ainda que só me reste minha mente fértil, a partir dela eu já crio MUITA coisa.

    Foto: Carol Castro

    (3) Como será esse processo de retomada para ti? O que espera, quais suas expectativas e receios? 

    Zudizilla: É um misto de medo e medo [risos]. Muito medo das dinâmicas relacionadas a protocolos sanitários que precisam ser levados muito a sério pra que não sejamos assolados por uma nova onda, e também medo de fazer show memo, saca? Como vai ser e tal, aquele nervoso que antes era atrativo nos shows, agora se torna um pouco maior. Eu espero que a galera respeite o momento mas também que me apareça MUITO show porque eu tenho um disco pra trás e logo menos tem mais um.

    (4) Como estamos de novidades de lançamentos? Algo em vista? Conte um pouco sobre o processo de gravação durante o momento pandêmico. 

    Zudizilla: Graças ao advento da tecnologia a gente consegue se gerir nessa questão de se gravar e tal, talvez não em uma condição ideal, mas pra quem tem a música TAMBÉM como uma terapia, um microfone simples basta. Eu lancei um disco antes da pandemia então pude ficar mais tranquilo em relação ao que trazer ao público, e aí eu dei uma segurada e fui investigar outras áreas criativas que tenho. Assim que a pandemia deu uma chance eu comecei o processo da sequência do Zulu Volume 1, e há mais ou menos 2 meses eu estou na finalização desse projeto e fazendo de um tudo pra lançar ainda este ano.

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